quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

ELA por ELE... O manual da sapatão - 1ª parte

Porque é que o ANTENA MIX não tem uma coluna voltada para o público feminino??? E as mulheres não tem vez??? Não é voltado para o público GLBT??? Estas perguntas tem ATORMENTADO quase que o tempo todo os seis anos de informação e entretenimento, mas sempre que pedimos uma indicação de alguma mulher que faça parte do mundo GLBT e que possa ser uma colunável, a dúvida fica no ar... Temos o propósito de dar a esse público uma referência para que nossas amigas LÉSBICAS também antenem-se nas novidades. Mas, parece difícil uma mulher marcante que queira dar as caras e erguer essa bandeira, ao ponto de representar a comunidade. A partir de hoje, após diversas perguntas do tipo: Quem poderá ser referência feminina??? Quem poderá informar, defender e formar opinião??? Quem poderá representar o Ela por Ele??? Após muito pesquisar parece que encontramos essa BENDITA e o ANTENA MIX abre a partir de agora esse espaço especialmente para a mulherada do babado!!!
MANUAL DA SAPATÃO – Parte 1
By DIVINA MARA do site
http://notasimpacientes.wordpress.com
Depois de anos de muita prática e estudo
, finalmente posso delegar às mãos do meu amado e querido público o Manual da Sapatão. Um livro base, indispensável a todas as sapas conectadas, veteranas ou iniciantes, no qual vou explicar com muita perícia todas as nuances de nosso mundo. Vamos lá...
O Início: Descobrindo-se na Sapatisse
Existem casos e casos de como chegar à autopercepção da própria lesbiandade. O importante é coachar do seu jeito. Alguns casos são bem clássicos. Vejamos.
Você sempre soube. Desde pequenininha. Nunca viu graça nas suas barbies. Elas, sim, eram enfeites nas empoeiradas prateleiras de seu quarto. Sua vida era jogar bola com o pessoal do bairro. Brincava mais com os meninos. Gostava de bolas de gude, de pipa. Você gostava de ficar sem blusa. E por isso, entre outras coisas, já ouviu os clássicos “Maria sapatão, sapatão, sapatão. De dia é Maria, de noite é João”, e “Paraíba masculina: mulher-macho sim, senhor” – cantados especialmente em sua homenagem. Ou nem tudo isso, tem umas bem femininas, mas de espírito lésbico mesmo. Então o primeiro beijo fluiu cedo. Logo primeiros pegas, primeira transa. E nunca, jamais, beijou um garoto. E nem vai. São lésbicas admiráveis essas.
Tem o caso da adolescência. Você é bem jovem quando se descobre. Sente aquele tombo pelas amiguinhas. Tem vontade de abraçá-las mais do que o normal das coleguinhas heteros; tem uma vontade irresistível de observá-las depois que seus corpos amadurecem… Isso também porque sempre reparou nas curvas das mulheres mesmo. Se apaixona por uma, ou duas. E daí é simples, simples. Você já começa a se vestir de um jeito mais diferenciado – quem sabe, tipo assim, como um boy, se for o caso. Conhece outras sapinhas da sua idade, e logo logo já faz parte de seu próprio brejo. Com sorte sua família não expulsa você de casa ao descobrir, se descobrir.
Se demorar mais, porque acontece, e é normal… Já na maturidade, passou a adolescência. Você chega em determinado ponto de sua jovem vida e acha estranho o fato de não conseguir realmente se apegar a nenhum de seus namorados homens. Ou há algum tempo as pessoas vêm te perguntando sobre a ausência de namorados. E você cada dia mais próxima de uma de suas amigas, até se mancar de que está completamente apaixonada por ela. Um simples toque no braço de sua amiga te deixa em outro status, não é isso? Hmm… Agora olha para trás e vê que tudo se encaixa… E aquele ciúme exagerado pela sua melhor amiga no colegial, né? Olha aí…
Você já tem uma certa idade. Quem sabe uma solteirona. Mas, claro, é sempre aquela coisa: “Sou simpatizante”. Talvez seja aí que você se engane. Porque você tem várias amigas lésbicas, vários amigos gays, anda em ambientes GLS, e se identifica com tudo. Mas põe a mão no peito e diz “Não sou”? Não sei não, hein. Desconfio. Vai morrer no armário, se brincar. Mas ainda assim, como somos todas pertencentes ao mesmo clã, facilito sua vida: se aceite. A primeiro passo é dizer a si mesma: “Sim, eu sou sapatão”. Depois chupar uma buceta de vez em quando vai fazer parte da sua vida.
Continua na próxima atualização o MANUAL DA SAPATÃO e de brinde 20 formas de se assumir lésbica em 2010.

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